Oração, Encontro, Crescimento Espiritual

“Cresci por dentro e senti a minha fé reforçada com o testemunho de tantos jovens e desta Comunidade de Irmãos que vive em Taizé”

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Sentir o calor do acolhimento

Não conhecia Taizé. Li neste jornal que ia acontecer no Porto um encontro de jovens no carnaval. Criei condições para participar, inscrevendo-me sem imaginar o que me estava reservado viver.

Saí de Lisboa com um grupo de 45 jovens que não conhecia de lado nenhum. Ou melhor, conhecia um que é dos Jovens Sem Fronteiras. A primeira sensação foi muito estranha, a ponto de me perguntar a mim mesma onde me tinha ido meter! Pensava o que seria enfiar-me no meio de 3500 jovens vindos de 25 países. Percebi também que havia muita sintonia entre boa parte destes jovens, pois já se conheciam bem e até tinham ido a Taizé ou participado em encontros do género. Mas, a verdade é que bem depressa comecei a fazer amigos e a viagem até o Porto durou muito pouco.

No Pavilhão Dragão-Caixa, a fila das confirmações de inscrição e distribuição por família demorou muito, pois compreende-se o que é chegar 3500 pessoas no espaço de apenas algumas horas. Devo confessar que estava um pouco angustiada, receando cair em casa de alguém que não gostasse de mim. Mais sorte não podia ter tido, ao sair-me na ‘rifa’ uma família de Vila Nova de Gaia, da Igreja Lusitana.

Acolhida em família

Depressa as barreiras se quebraram e eu senti-me em casa, acolhida com tanto carinho que não vou esquecer nunca. Também percebi que a viagem, as burocracias e a atribuição da família eram apenas pormenores deste Encontro. O mais importante era a experiência espiritual que estava reservado para estes dias. E foi isso que aconteceu comigo e mais 6 mil pessoas, entre jovens idos de fora, jovens do Porto e famílias e comunidades de acolhimento. Foi tudo muito bom e cresci muito. O que mais me marcou foram as orações no Dragão-Caixa, com muito silêncio, escuta de um texto bíblico, cânticos simples e repetidos e a palavra sábia do Irmão Alois, traduzida para português. Cresci por dentro e senti a minha fé reforçada com o testemunho de tantos jovens e desta Comunidade de Irmãos que vive em Taizé, um lugar sagrado que eu quero um dia visitar.

Workshops

Outra coisa que gostei muito foi dos workshops. Ao ver a lista no Caderno do Encontro, fiquei sem saber como escolher. E foi a família de acolhimento que me ajudou na selecção. Estive num encontro sobre a unidade dos cristãos que foi orientado pelo Sr. Bispo da Igreja Metodista, D. Sifredo, e foi lá na Catedral dele. Eu nunca tinha percebido muito bem o que é o ecumenismo e fiquei mais esclarecida e com vontade de participar em iniciativas a favor da unidade dos cristãos. Isto foi no domingo à tarde. Na segunda, fui levada pela família até à Igreja Lusitana para escutar o Sr. Bispo Lusitano, D. Fernando. Também gostei muito de o ouvir a falar sobre as ‘Fontes da Alegria na Bíblia’.

Carnaval especial

Fiquei também fascinada com a festa que os jovens fizeram ao longo destes dias de encontro. Foi um carnaval muito especial. Na hora da despedida, todos os jovens acolhidos na Paróquia Lusitana foram brindados com um almoço de gala, um bolo enorme e uma festa onde cada um cantou a dançou segundo os costumes da sua terra. Este carnaval foi o mais alegre que eu vivi...

Arminda Camate